segunda-feira, 28 de março de 2011
É nesses dias que aprendo um pouco mais de mim, aprendo que eu não sou de ninguém e que não tenho ninguém, apenas eu e eu, tudo é ilusório, toda atitude pode transformar algo feio em belo ou vice versa e nossa ótica muda de opinião como se nossos olhos tivessem um pensamento longínquou da mentalidade e independente do cérebro como se cada piscada correspondesse um batimento e cada lagrima uma lavagem de algo visto que ficara pra trás ou um aprendizagem que foi aceito pela dor. Nesses dias aprendo que minha boca não tem nenhuma utilidade, nela só há dentes, meu nariz é primordial para que meus olhos continuem abertos e meus cabelos não servem , tanto faz estarem bagunçados ou bem arrumados, aprendo que meus braços são ótimos instrumentos para atitudes afetivas, doces ou dolorosas, e que minha língua tem a mesma função só que em formas de palavras, com a intensidade do mesmo grau, que minha visão especifica em alguma imagem, entendo que meus órgãos só servem pra manter meus olhos vivos, minhas pernas para sustentá-los e meu cérebro para me obrigar ficar de pé quando fecho as pupilas para não te ver, e é nesses dias que tento te esquecer, mas quanto mais me olho no espelho mais meus olhos visualizam você ao meu lado como um mandato sem recíproca. Fecho e abro novamente, queria ser cego. Mas os olhos são mais perversos quanto imagino, mesmo em plena escuridão ele acha uma ponta de luz que vai crescendo, crescendo e se torna você, me levanto e sigo esse teus passos iguais até abrir meu céu e quando tudo volta ao normal minhas pálpebras estão encharcadas e pesadas como se não dormisse a noite inteira e começo a aprender que não sei de nada além dos meus olhos que já se tornaram teus.
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